Resenha de Filme: O Artista

Uma comédia romântica com ar inocente que resgata e re-imagina os filmes mudos da década de 20 em Hollywood. Em tempos de filmes 3D explodindo na nossa cara e surround nervoso, assistir algo como O Artista, totalmente em preto e branco e totalmente sem fala, é uma experiência quase alienígena. Mas é um ótimo alienígena!

Qual é o grande lance desse filme, hein?

O Artista, do diretor francês Michel Hazanavicius, é uma produção ousada e diferente. É uma apropriação dos antigos filmes mudos e vem arrancando prêmios por onde passa, inclusive em Cannes, no Globo de Ouro e agora concorre a nada menos do que 10 categorias no Oscar, inclusive diretor, ator, atriz coadjuvante e roteiro original.

Meu maior medo em relação a esse filme foi que ficasse caricato demais. Claro que filmes mudos são sim caricatos, mas eu fiquei receosa de ver um cara estranho fazendo caretas loucamente na tela. Mas isso não aconteceu. Jean Dujardin atuou muito bem e conseguiu realmente me convencer de que era um ator mudo da década de 20. Todos os prêmios que ele levou até agora são mais que merecidos e acho que ele tem chances sim de levar um Oscar.

O filme conta a história de George Valentin, uma estrela dos filmes mudos, que vê sua vida sofrer um golpe quando Hollywood passa a investir em filmes falados. Orgulhoso, George não aceita a mudança e insiste em produções mudas, o que leva seu nome ao esquecimento, seu casamento ao fim e sua vida financeira à falência. Num contraponto, a jovem atriz Peppy Miller (interpretada por Bérénice Bejo) que conheceu o sucesso com a ajuda de George, desponta numa carreira bem-sucedida como atriz de filmes falados.

O filme conta com momentos engraçados, alguns outros um tanto sombrios, mas no fim o clima romântico prevalece. Mas é estranho para nós, espectadores do século XXI, assistir um filme desses sem que haja um só beijo na boca! Isso mesmo. Porque nos filmes da década de 20 ninguém beijava, só abraçava.

Algumas cenas são realmente geniais, como o pesadelo que George tem com o som e a cena de dança entre Peppy e George logo no começo do filme. E ao contrário do que as pessoas podem pensar, o filme não é nada cansativo e é bastante envolvente passado os primeiros três minutos de estranheza quando-é-que-eles-vão-falar. Minha única ressalva foi mesmo à interpretação de Bejo, que não me convenceu como atriz da década de 20.

Recomendo bastante. 🙂

E vocês acharam que eu não ia falar nada sobre o Oscar 2012, né? Já tem filme resenhado e essa semana vai ter mais!!!

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4 Comentários

  1. Quando fiquei sabendo desse filme fiquei sem reação, como assim um filme mudo, em pleno séc. XXI? Apesar de ainda não ter assistido, o que farei assim que puder eu achei a idéia genial. Fazer um filme assim, em pelna época 3D é uma ousadia, que como já ouvi as pessoas falando esta tendo muito elogios, premios e deu muito certo. E provavelmente vai arrasar no Oscar.
    OMG estamos em semana de Oscar quantas expectativas. Tem vários filmes que estão concorrendo que estou morrendo de vontade de ver, mas nada supera a ansiedade para ver Historias Cruzadas (que nome é esse?, se o filme em ingles é The Help) e ver Meryl Streep como a dama de ferro. Voce acha que o oscar de melhor atriz esta entre Viola Davis e Meryl Streep? Particulamente vou torcer para Viola. Que é uma atriz que eu gosto e como eu andei lendo por ai vai estar na produção de Dezesseis Luas.

    Mudando completamente de assunto:
    Li hoje que a J. K. Rowling vai lançar um livro novo. Isso é demais!!

    Beijos e desculpa pelo comentário quilometrico.

    • Pois é, é muita ousadia fazer um filme mudo em preto e branco, ainda mais com personagens que nem se beijam! Eu gostei bastante e recomendo mesmo pra quem quer ver uma coisa diferente e legal. Confesso que com essa onda 3D muitos filmes estão ficando “iguais”, sempre preocupados com a tecnologia e nem sempre preocupados como roteiro.

      Eu torço muito pra Meryl, que é uma das minhas atrizes favoritas. Eu acho que ela é um caso raro na carreira em Hollywood por ter mais de 60 anos e ainda atuar protagonizando grandes filmes (Hollywood costuma dispensar as atrizes com mais de 40). Mas acho difícil ela ganhar, por já ter ganhado antes e por ser a campeã absoluta de indicações ao longo da carreira (ao todo foram 17!!!).

      Que papel a Viola vai fazer em Dezesseis Luas?

      Rowling vai lançar livro novo! Fiquei mega feliz e ansiosa! Imagino que não vai ser um mega sucesso como Harry Potter e que um monte de gente vai criticar, mas eu vou ler com toda ansiedade. Acho difícil sair coisa ruim da Rowling, viu.

      bjs

      P.S: amo comentários gigantes!!!

      • Ei, Mel! Você notou como TODA a grande imprensa faz SILÊNCIO sobre o Grande Filme do Ano?

        JOGOS VORAZES : EM CHAMAS.

        Na revista Veja, só tem uma criticazinha vagabunda falando MAL sem razão nenhuma — e TODOS os leitores comentaram A FAVOR do filme e METENDO O PAU no cri-crítico.

        (No cinema, eu falei: “Ei, é a Jena Malone! Finalmente ela está de volta! Em “Sucker Punch” ela é a ÚNICA atriz de verdade entre as 5 garotas — e a única feia. Agora, ela é superior ás outras em TUDO. Rivaliza até com o anjo perfeito Jennifer Lawrence.)

        Eu já me aposentei do negócio de escrever artigos.

        E aí, quem vai escrever um artigo elogioso e apaixonado por aquela obra-prima ESPETACULAR?

        Esse é um trabalho para Mel.

        • Olá Ernesto!

          Sim, é verdade, a mídia anda fazendo silêncio de Jogos Vorazes. E é um filme realmente incrível. Também adorei ver a Jena Malone em Em Chamas. Ela está incrível mesmo. Quanto a Jennifer Lawrence, adoro o fato de ela não estar nem ai pra Hollywood, fazer piada com tudo.

          Eu recebi seu e-mail com a crítica de Jogos Vorazes. Achei bastante inteligente.

          Eu já fiz resenhas sobre essa série, tanto os livros quanto os filmes. Estão no meu outro blog, que é dedicado exclusivamente a resenhar livros/filmes de ficção científica e fantasia. O viés é outro, mas é válido também.

          http://livrosdefantasia.com.br/tag/jogos-vorazes/

          🙂

          Engraçado que quando li Jogos Vorazes (o filme ainda não estava por aí), imaignei Katniss como Joan Jett naquelas fotos da turnê de 77.

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