Nos últimos dias de 2015 tive a oportunidade de ir a um evento de Lindy Hop muito, mas muito legal: o Snowball! Foram seis dias de um intensivão de Lindy Hop e ótimas festas. Aprendi muito, me diverti demais e fiquei muito, muito cansada. Saiba um pouquinho mais sobre essa experiência aqui!
… e 7 e 8!
O Snowball acontece há 11 anos em Estocolmo, na Suécia. É um evento bastante completo em que ficamos completamente imersos: é Lindy Hop o dia inteiro! Eu já tinha participado de um workshop grande com festas no Brasil, o BSOE, mas o Snowball tem uma escala gigantona porque é muita, muita gente. Não dá nem pra acreditar que tanta gente assim que dança Lindy Hop!
As aulas
Fiz o workshop de quatro dias no nível Intermediário. São três horas de aula por dia, intercalando manhã e tarde (assim, todo mundo pode aproveitar as festas à noite!), mas não pense que é moleza: a gente fica morto. No quarto dia eu já estava sentando no chão, mas fico feliz em dizer que resisti até o fim. O conteúdo das aulas depende da dupla de professores: tive aulas sobre conexão, improviso e musicalidade, mas também aulas mais tradicionais em que aprendi passos novos. Me senti bastante confortável o tempo todo e meus colegas de turma eram bem legais.
O momento mais interessante das aulas, no entanto, aconteceu no primeiro dia. Um dos lugares para aulas, chamado Small Theater, estava com um chão bastante grudento. Era como se alguém tivesse descolado um carpete e a cola ficou pra trás. Estava difícil dançar e os professores do dia estavam adaptando algumas coisas. Até que Skye e Frida tiveram a brilhante ideia de jogar pó de café no chão! De grudento o chão foi para mega escorregadio e ninguém conseguia fazer um swing out de forma segura. Aí Frida disse contemplando aquele desastre: “É um novo método de ensino. Você joga os alunos em condições adversas e vê o que acontece”. Todo mundo passou mal de rir.
As festas
Dançar com música ao vivo é outra coisa. O salão do Snowball é bastante confortável (só ficou extremamente cheio no dia das finais das competições, em que foi impossível dançar) e bonito, mas a gente só tem olhos mesmo para as bandas ótimas que estão no palco. A minha favorita foi a Stockholm Swing All Stars. Eles são simpáticos e muito versáteis, além de fazerem um bom equilíbrio entre músicas lentas, rápidas e médias, o que é essencial para qualquer pista de dança. Um outro momento marcante foi quando as irmãs Hebbe cantaram em trio. Foi lindo demais!
A festa da noite de Ano Novo foi especial, claro. Teve champanhe para todos (que eu detesto, mas ok, foi glamouroso) e depois um Shim Sham comandado pelo Chazz Young! Obviamente o salão estava lotado demais para esse Shim Sham (quem estava dançando Balboa e Blues nos salões adjacentes veio para o salão principal fazer o brinde) e era quase impossível fazer um Half Break sem pisar em alguém. Mas o Chazz Young não ligou pra nada disso: continuou dando as instruções e do nada gritou “Swing Out” e eu fiquei rezando pra ninguém levar aquilo a sério. Mas levaram e houve tumulto. rs
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As competições
Existem várias competições acontecendo no Snowball: Balboa, Strictly Lindy, Jazz Solo, etc. Algumas acontecem no salão principal e foi muito legal poder assistir as pessoas dançarem com uma banda ao vivo tocando numa competição assistida por um salão ansioso e lotado. Vi o Strictly Lindy Avançado, que foi insano. Sério, os movimentos que eles fizeram foram impossíveis. Logo depois veio a competição dos professores, que não teve movimentos tão difíceis, mas que foi incrível!
Foi quando vi na minha frente que ser um bom dançarino não tem nada a ver com fazer coisas impossíveis e sim sobre ser musical. O pessoal do avançado estava num nível Die Hard de dificuldade, mas ainda assim dançavam menos que os Pros. Esses aproveitavam cada pedacinho da música, fazendo o simples se tornar algo mágico.
Essa foi uma das minhas apresentações favoritas dessa noite, dos professores que mais gostei no evento: Joahanna and Henric.
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Avaliação
Se você gosta de Lindy Hop e tiver a oportunidade de ir ao Snowball, eu super recomendo. É um evento muito organizado e com um ótimo equilíbrio aprendizado/diversão. Além disso, é uma chance de fazer aula com vários professores internacionais e conhecer bandas e figuras importantes da cena Lindy Hop.
Eu fiquei hospedada no hotel em que o evento é realizado, o que foi ótimo porque eu podia ir tirar uma soneca quando queria, tomar banho e trocar de roupa sem ter que ir nos -7 graus do lado de fora, mas existem ótimos hostels bem pertinho do lugar. Se você é uma pessoa com mais disposição que eu, talvez seja mais interessante e econômico. Só se prepare porque Estocolmo é uma cidade incrivelmente cara. Você não toma um café e come um pedaço de torta por menos de 15 euros. Sério. Comida é muito, muito cara por lá. Então planeje para não ter surpresas.
O que aprendi
Eventos grandes são sempre difíceis pra mim. Aprendo devagar em aulas de dança e sou muito tímida para dançar socialmente. Me senti bem no Snowball: dancei com gente diferente, não fiquei ansiosa durante as aulas e senti que melhorei enquanto Lindy Hopper. Além disso, passei um ótimo tempo com o marido e me diverti bastante. Mas a lição mais legal que tive foi da Johanna no último dia de aula: “Não se se sinta mal porque você errou. Essa é a única dança em que você pode fazer do erro algo divertido e diferente. Vamos errar!”.
🙂
Saiba mais sobre o Snowball aqui.
Adorei. Não sabia que esse estilo de dança estava tão difundido e nem sabia do nome. Mt bacana!
Pois é, o estilo está voltando com tudo. Tem vários lugares pra dançar em BH, inclusive, com eventos abertos ao público ou ao ar livre. O grupo se chama BeHoppers. É uma delícia!