Uma escritora na Bienal do Livro Rio 2015

Essa foi a primeira Bienal que participei como autora. E foi uma experiência incrível. Encontrei amigos escritores, conheci outros, pude abraçar mais uns finalmente. Autografei, conversei com leitores, descobri livros novos. Tenho certeza – e as fotos captaram isso – que estava com os olhos brilhando.

Nove em cada dez escritores têm o sonho de se expor numa Bienal. Comigo não foi diferente. Quero ser escritora desde que me entendo por gente e enquanto passava a adolescência escrevendo fanfics de Harry Potter, essa vontade foi se tornando uma certeza.

Minha primeira publicação foi em 2012, o conto “Uma Canção para o Fim” numa antologia da editora Andross. Mas confesso que essa experiência na Bienal foi mais forte que isso. Tenho vários contos publicados, dezenas de resenhas em blogs, um livro infantil super elogiado. Mas sabe que fiquei feliz em ver aquele AUTORA escrito no meu crachá?

Passei a maior parte do tempo da Bienal no estande da editora Draco. Tive a experiência de conversar com pessoas, vender livros, explicar o trabalho de autores que são meus colegas. Tiramos fotos, sorrimos bastante e comemoramos as ótimas vendas que fizemos. Nos três dias que fiquei lá (11, 12 e 13 de setembro) o estande não ficou vazio e as pessoas saíam felizes com suas compras.

Conheci pessoalmente o editor Erick Sama e sua simpática mãe, Isilda, que comandaram com maestria o estande roxo. Em companhia da Karen Alvares (e de seu fiel escudeiro, o Felipe Alvares) desbravei a Bienal procurando livros e pessoas. Conheci gente que já converso há anos online como a Lany (gente, Lany, que tem dez anos que conheço da época dos fóruns de Harry Potter!!!!), Ana Lúcia Merege e o Eduardo Kasse. Também pude finalmente abraçar Priscilla Matsumoto, Tanko Chan, Claudia Dugim, Fabiana Madruga, Jim Anotsu, Cirilo Lemos e Eric Novello (mesmo que esses dois tenham ido embora sem ter me dado autógrafo humpf). Reencontrei a Dana Guedes (e a gente não tirou foto), a Thais Lopes e a Jaqueline de Marco. Conheci um monte de outros autores que até então eram linhas no Facebook. Teve até o Casal Aficcionado, que são dois amores!

Da esq. pra dir.: Viviane Fair, Priscilla Matsumoto, Erick Sama, Tanko Chan, Ana Lúcia Merege, Gerson Lodi-Ribeiro, Melissa de Sá (eu!), Jaqueline de Marco, Cirilo Lemos e Karen Alvares.

Mas emocionante mesmo foi o abraço coletivo com a Karen e a Jaque. Caramba, nós escrevíamos fanfics na mesma época e tudo parecia um sonho distante. E lá estava a gente na Bienal do Rio. Dando autógrafo.

Da esq. pra dir.: Melissa de Sá (eu de novo!), Jaqueline de Marco e Karen Alvares.

Karen e Jaque lançaram Inverso e Super Desapegada, respectivamente. E eu não pude ficar mais feliz por elas: eu estava explodindo de alegria, até porque as vendas foram muito boas. Quanto a mim, autografei exemplares de Boy’s Love: histórias de amor sem preconceito e Excalibur. Gente que eu nunca vi na vida quis comprar meu trabalho, me abraçou, tirou foto comigo.

Nos intervalos no estande da Draco, fui divulgar meu livro infantil, A Última Tourada, que saiu de forma independente ainda esse ano. O resultado foi lindo: reencontrei amigos (e vou falar daqui da Luciane, que fez mestrado comigo, e foi lá me ver), conversei com um monte de crianças, vendi todos os livros que levei. Nem dá pra acreditar nisso, mas a caixa acabou!!!!

Crianças de todas as idades, de escolas diferentes, de famílias diferentes, puderam conhecer A Última Tourada. E cada abraço e pedido pra foto enchia meu coração. Uma mãe comentou ontem na minha página no Facebook que as filhas tinham adorado o livro e eu pensei: caramba, foi real. Foi real MESMO.

Sempre dizem que o Brasil não é um país de leitores e em eventos como esse eu penso se isso não está mudando. Não por causa dos viciados que compram quarenta livros ou dos blogueiros atrás de autógrafos. Mas por causa da criança que viu leitura como diversão pela primeira vez. Da garota que ficou interessada ao olhar um livro no estande, sem nunca ter lido muito. Pela senhora de idade que comprou um livro só pra ela. Pelo garoto que viu uma capa de quadrinho com um negro protagonista e se sentiu representado ali. E comprou. E leu.

Uma das cenas mais emocionantes da Bienal pra mim foi quando um pai me disse: “Eu não tenho costume de ler, tenho até dificuldade. Pra mim é difícil. Minha filha que pediu pra vir aqui, ela gosta de ler. Olha, eu não ia comprar teu livro, meu orçamento estourou, mas minha filha quer muito. Dá pra ver. Então eu vou comprar, porque ela gostou de você e do seu livro e isso vai fazer diferença pra ela”.

A menina tinha uns 10 anos e levou A Última Tourada pra casa.

É, a Bienal foi incrível.

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