Emocionante. Sincero. Simples. Mágico. Não tenho muitas palavras para descrever Looking For Alaska (traduzido no Brasil com o nome estranho e pouco emotivo Quem é você, Alasca?). Só posso dizer que foi uma das experiências de leitura mais incríveis da minha vida e que entrou para o meu top5 livros favoritos de todos os tempos.
Quando minha amiga Amanda voltou de Londres, uma das primeiras coisas coerentes que ela me disse foi “Lê”. E jogou o exemplar de Looking For Alaska em cima de mim. Eu abri a boca pra perguntar alguma coisa e ela me cortou dizendo simplesmente “Lê”. Desde então o livro está à espera no meu armário e todos os dias enquanto eu lia meus duzentos livros teóricos e surtava por conta da prova de seleção da pós, eu pensava no livro dentro do armário e no que ele teria de tão especial assim. Isso porque não era só Amanda que tinha uma coisa com ele, mas também uma outra amiga, a Ily (do blog Por Essas Páginas, clique aqui pra ler a resenha desse livro). E eu confio na opinião delas.
Eu elegi esse sábado para começar a ler o livro. A primeira bateria de prova já tinha terminado e a correção de provas pra escola estava feita. Eu podia me dar ao luxo de ler Looking For Alaska. O livro me agarrou nas primeiras 5 páginas e eu li tudo em doze horas.
O livro, em primeira pessoa, narra a história de Miles (ou Pudge, como passa a ser conhecido), um cara sem amigos e sem grandes acontecimentos na vida que tem um hobby estranho de ler biografias e decorar as últimas palavras (aquelas mesmo, ditas antes de morrer) de pessoas famosas. Ele resolve ir estudar num colégio interno e é lá que ele faz seus primeiros amigos: Chip (ou Colonel, um cara surtado que tem uma super memória), Takumi (um japonês que não saca nada de tecnologia) e Alaska (uma garota linda, inteligente… e doida).
Mas não se enganem. Apesar de Miles e sua turma se meterem em muita confusão, nada no livro tem cara de Sessão da Tarde. O colégio interno, afinal, é um lugar comum cheio de nerds. hahahaha Porque uma das alegrias de ler esse livro é rir de piadas que provavelmente seus amigos não entendem e pegar as referências literárias que pra você é lugar comum, mas que pra muita gente não é. Eu não conseguia deixar de pensar que o colégio Culver Creek era o colégio interno que eu e Amanda nunca estudamos. Tirando provavelmente a parte do excesso de cigarro. hahahahahaha
Miles se apaixona por Alaska e ela claramente tem uma atração por ele; o problema é que ela ama muito seu namorado. Mas não ache que esse é um livro mi mi mi sobre triângulo amoroso, porque não é! O leitor acompanha Miles e sua vida comum em um novo lugar, seus amigos e seu amor por Alaska até a metade do livro. Quando tudo muda. Mas eu não vou contar porque.
Looking For Alaska é um livro sobre a procura do eu, do amor, da vida… de tudo. É também um livro sobre adolescência e sobre envelhecer. E também sobre família. Mas também é um livro sobre sexo. E sobre crenças. E rebeldia. E também não é sobre nada disso em especial. Para mim é uma mistura de O Apanhador no Campo de Centeio, Harry Potter (okay, tudo na vida me lembra Harry Potter, então não conta muito…), Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças, 500 dias com ela, Sociedade dos Poetas Mortos e até mesmo um livro que eu mesma escrevi ano passado.
É importante lembrar que apesar de ser um livro sobre adolescentes, eu não sei se seria um livro para adolescentes. Pelo menos não para a maioria. O livro, inclusive, enfrentou uma grande polêmica nos Estados Unidos por conta das cenas de adolescentes fumando, bebendo e transando explicitamente ao longo das páginas. Sinceramente? Eu não vi nada demais.
O livro não é uma apologia ao álcool ou cigarro e muito menos trata sexo como uma questão banal. Pelo contrário. Eu achei todas as cenas de sexo do livro muito bem escritas e muito bem boladas, inclusive. John Green consegue mostrar e pesar muito bem essa questão sexual e claramente faz uma oposição entre sexo por sexo e sexo por sentimento. Qualquer ser humano com mais de três neurônios consegue perceber que um livro que faz um questionamento sobre os sentimentos mais profundos do ser humano não iria ser uma apologia à vida oba-oba.
Mas infelizmente a grande maioria da população tem três ou menos de três neurônios.
Tem um vídeo do John Green, que é um vlogger super assíduo, sobre o assunto. Clique aqui pra ver. Está em inglês.
Enfim, acho que essa resenha ficou muito emocional, mas é sobre um livro emocional. (Posso dizer que chorei quando Colonel começou a falar que estava memorizando a capital de todos os países do mundo?) Recomendo muito a todas as pessoas e tenho certeza que será uma leitura inesquecível.
Primeiro, que resenha linda, Mel! Eu tô querendo muito ler esse livro, desde que a Parceira falou dele e do Jonh Green (aliás, ele é demais… fiquei fã mesmo sem ler nada dele, que o VLog dele é demais de engraçado e demais de nerd, não?… E ele lê Harry Potter, super fã… awnnnn). Enfim, agora lendo a sua resenha super detalhada deu AINDA mais vontade, e a lista livros só vai crescendo por aqui… hahaha
Agora… que história é essa de que você escreveu um livro. Escreveu o livro todo?! E cadê esse livro pra gente ler? Algo escrito por você eu tô na primeira fila pra comprar, pra ler, pra baixar, pra comentar…!
Ah, que bom que gostou da resenha, Kakazinha. Eu achei que não ficou das melhores, justamente por ser muito emocional e talz. hahaha Tem como não gostar do John Green? O cara é o orgulho nerd mor. hahahaha Fora que eu sou fã de quem é fã de Harry Potter. Por isso sou fã de Stephen King.
Eu escrevi um livro sim. E pasme, tem mais de um ano. hahahaha Na verdade ele tá prontinho e só falta revisar e ter vergonha na cara e registrar e tentar uma editora. É um livro adolescente, mas não é um livro besta. hahahaha
Menina!!! O que você tá esperando?! hahahahaha 😀
Revisa esse livro e procura uma editora (ou por enquanto posta naquela de auto-publicação!). Eu compro na hora! 😉
Se precisar de qualquer coisa, é só falar! Ler, opinião, revisão, incentivo, chocolate… hahahaha
E não tem como não ser fã de quem é fã de Harry Potter. Só de ser fã de HP já significa ter bom gosto! 😉 Mas eu já era fã do King antes de ler HP, olha só, o King é mais antigo na minha vida… Afinal, eu era a criança maluca que via e lia histórias de terror mesmo muito jovem… rs
Estou com a Parceira, quero ler esse livro também!!! Na fila, na fila, na fila!!
Mel, adorei tua resenha. Não tem como não se emocionar quando se trata de Looking for Alaska. Eu já li todos os outros livros do Green e AMEI todos eles, mas Alaska… Alaska tem um lugar especial! Eu só discordo de você com relação à uma coisa: eu acho sim que é um livro para adolescentes, justamente por todos esses tópicos que você citou. Tem bebedeira, tem sexo (embora eu não tenha achado tão explícito assim), o povo fuma e tudo mais, mas quem hoje em dia não faz ou não sabe sobre isso? A melhor maneira de se proteger, na minha opinião, é ter informação, e embora em nenhum momento John Green faça apologia à essa vida maluca, ele também não nega sua atração. E no fim das contas, não é isso que a gente espera de uma nova geração? Que eles tomem suas próprias decisões, enfrentem seus medos, batam a cabeça e dêem a volta por cima? Eu acho que é isso que ele faz aqui, ou pelo menos foi assim que eu me senti lendo… a história de jovens tentando crescer, tentando descobrir o mundo e seus fascínios, mas também se deparando com suas crueldades.
Recomendo que leia Paper Towns também. Não achei tão bom quanto Alaska, mas me deixou encantada! Ahhh John Green… não vejo a hora de The Fault in Our Stars ser lançado em Janeiro!! Bem-vinda ao clube, Nerdfighter Melissa!
Ily, eu entendo a sua posição, mas acho que esse livro não é pra todos os adolescentes. Acho que talvez para quem tem mais de 15 anos que são justamente esses que são capazes de entender e questionar essas coisas. Eu acho que os mais novinhos ficariam perdidos com o livro. E claro, toda vida maluca tem suas atrações, não? Realmente, o John Green não as nega . Inclusive, ele é muito bom em mostrar os dois lados da coisa sem cair no risco de ficar um moralista chato. Pelo contrário, tudo no livro é muito natural (as coisas boas e ruins).
Eu comprei The Fault in Our Stars! hahahaha Com certeza leio mais um John Green ainda essse ano. A Amanda disse que vai me emprestar o que ela tem, An Abundance of Katherines. Mas eu quero ler todos, com certeza!
Comprei o livro sexta-feira, tenho que dizer que amei sua resenha, e por causa dela me interessei muito pelo livro e por isso comprei. Ainda to a procura de um rumo, então parece que vou me identificar mesmo com a história, e não tem problema nenhum em ser passional em sua resenha assim é que é bom. Obg pela indicação.
Ju, que bom!!! Poxa fico feliz em saber que consegui influenciar alguém a ler o livro. Eu espero que você goste e que o livro te ajude, pois ele tem uma mensagem de vida muito bacana. Depois volta aqui e me conta o que achou!!!!
Pode deixar, depois que eu ler venho te contar o que eu achei. Bjs
Mel, li o livro e não tem como eu não me identificar com o Miles. Eu gostei muito do livro, tem uma mensagem bacana, essa busca por algo que está faltando é recorrente em mim, sinto isso há muito tempo, mas acho que não teria coragem do Miles de abandonar tudo que é seguro e ir atrás desse algo, espero um dia ter. Gostei dos outros personagens, só não gostei muito da Alasca, tá bom que ela é um personagem importante, mas mesmo assim não simpatizei com ela. Adorei o Coronel, superdivertido, companheiro e o relacionamento dela com a mãe muito bonito. Eu ri muito quando o cisne morde a bunda do Miles, achei muito engraçado, por que coisas estranhas assim *nunca fui mordida por um cisne* acontecem comigo de vez em quando. Enfim o livro é recomendadissimo. Valeu pela dica. Beijos
Ai Ju, que bom que você gostou do livro! Fiquei feliz tem ter indicado algo que foi bom pra você. Realmente, esse livro tem personagens ótimos. Eu acho que eles são tão reais… A Alaska é difícil. Teve vezes que gostei dela, outras vezes não. E realmente, o Miles foi muito corajoso de deixar tudo pra trás em busca de algo que faça sentido pra ele. Eu também espero um dia ter essa coragem.
abs
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