Desafio Literário 2: Semana 5

Não, não, eu não esqueci do desafio. E essa é a penúltima semana, então já dá pra sentir o bafo quente do prazo final na nuca e um desespero básico. Pois é, essa história de escrever um livro inteiro em pouco mais de um mês tem muito de diversão, mas não é fácil. E agora na reta final fica uma ansiedade enorme porque ainda tenho um trabalhinho bom pela frente!

Nas últimas semanas postei algumas informações sobre o livro: protagonista & linhas gerais, uma cena emblemática, a sinopse oficial e como a história surgiu. Agora queria falar um pouco sobre meu processo de escrita, como é que faço quando sento pra escrever. Essa é uma pergunta muito comum que me fazem e achei que ela merecia um post.

Bem, vamos lá. Uma coisa importante pra mim é que só começo escrever alguma coisa se a idéia estiver bem clara na minha cabeça. Por exemplo, se tenho uma idéia sobre alguma história eu deixo que ela “amadureça”  durante um tempo. Isso por uma razão prática: tenho muitas idéia ao longo do dia, mas muitas delas vão embora depois de algumas horas. Se uma idéia é persistante o suficiente para ficar vários e vários dias, começo a pensar em detalhes. Personagens, cenários, nomes, acontecimentos importantes. Passado essa fase eu sento pra escrever uma cena, um começo. Aí é que vejo que tipo de linguagem vou usar, que tipo de narrador a história precisa e etc.

Se gosto do rumo que a história está tomando, faço o planejamento geral que consiste na divisão de capítulos e o que vai acontecer na história mais importante. Isso ajuda a saber para onde estou indo e que tipo de informação devo disponibilizar em cada parte. Normalmente tenho um caderno em que anoto fatos importantes que não posso esquecer, bem como esquemas de hierarquias, lugares, cenários, datas…

Aí começa o processo de “encher” as lacunas. Muita coisa aparece nessa hora, alguns detalhes, mas se engana quem pensa que escrever é uma inspiração que vem do nada e de repente você terminou dez páginas. Escrever é trabalho duro, dá dor de cabeça, dor nas costas, dor no olho… É um esquema de tentativa e erro. Você escreve um pedaço, revisa, escolhe outra palavra, muda, às vezes até deleta tudo… Mas o importante é que se continue escrevendo.

Gosto de escrever quando não tem ninguém por perto, de preferência à noite que é quando me concentro mais. Escrevo no Word mesmo e recentemente, por sugestão da Kakazinha (ela mesma, a companheira desse desafio!), uso o formato de página A5 que dá  a impressão de que estou rendendo mais. Quando sento pra escrever, sempre releio o capítulo anterior para me habituar ao clima da história, nível de tensão e tipo de linguagem necessária. Paro de escrever se sinto que estou muito cansada ou impaciente. Nessas horas, a escrita cai de qualidade e a gente não rende nada.

Quanto aos rendimentos, semana passada escrevi 4523 correspondentes ao capítulo 12 que chamei de “O Som do Velho Mundo” e às duas partes do “Interlúdio” que são fragmentos entre os capítulos. Acabei não escrevendo mais porque viajei no sábado e só voltei ontem. Minha idéia era levar o computador e escrever lá, mas como contei pra vocês no último post, ele simplesmente morreu e tive que mandá-lo pra assistência técnica.

O livro tem 16 capítulos, então como vocês podem ver, faltam quatro. *bate a cabeça no monitor* A parte ruim é que vou ter que escrever loucamente numa média de 8.3 páginas por dia para conseguir terminar na terça-feira 31 de janeiro (e já aviso que vale até a meia noite, hein? hahahaha) A parte boa é que desses quatro capítulos, somente um é difícil (o 16, por causa do drama), os outros são mais tranquilos.

Até agora são 187 páginas. Puxa vida.

Minha vida no solitário Word…

Será que vou conseguir?

Não deixem de conferir também o trabalho da Karen no blog Eu, Papel e Palavras.

6 Comentários

  1. Puxa vida mesmo! 187 páginas?! E ainda faltam 4 capítulos!
    Olha, Mel, como você mesma disse, até meia noite do dia 31 ainda é dia, certo? huahuahuahua Tenha fé!
    E além do mais, às vezes uma pausa faz bem. Quem sabe não seja o caso?
    Sobre as técnicas para escrever, eu gostei muito. Devia ter feito isso para ler também – na parte de anotar coisas importantes, como cenários, lugares e datas. Sou péssima com os três. Minha memória é uma vergonha. ¬¬
    Realmente, ideia não vem do além, nem 10 páginas. É bom esclarecer isso pra quem não costuma escrever com frequência. O post foi útil pra mim, ao menos, pode crer.

    Boa sorte!!!

    • Ai Nika, to na fé mesmo. Espero que eu consiga. *cruzando os dedos* A viagem me ajudou a recuperar as energias, então acho que agora eu posso render um pouco mais. Realmente ficar sem meu computador me quebrou as pernas (ou os dedos rs).

      Eu acho legal discutir essas técnicas pra escrever porque ninguém nunca fala sobre isso, e é uma coisa importante. Às vezes uma pessoa faz uma coisa diferente que seria ótimo pra gente. E realmente, esse lance de ideia que vem do nada é uma ilusão. Que bom que você gostou!

  2. Caramba, Mel, 187 páginas e ainda não acabou? Tu tá querendo fazer um tijolão tipo King? 😀 hahahahaha
    Aliás, falando nele, você usa o método dele para idéias. Já vi quotes dele dizendo que as diéias boas permanecem, as outras ele esquece.
    E adorei saber o método da sua escrita. Concordo com o que tu disse, escrever dá trabalho, e a inspiração não vem quando você escreve, e sim quando você tá fazendo algo totalmente aleatório e não pode anotar nada, como sei lá, lavando louça, andando de ônibus ou trabalhando! =/
    Ahhhh tô super ansiosa para ler. Quanto ao meu livro, estou revisando o bichinho… e claro, no processo de revisão, incluindo mais um monte de coisa, mudando outras, já tem uma cena que eu quero colocar, tirei umas porcarias inúteis do começo… Mudei o começo, e o final. Dá maior trabalhão também.

    • Sério que esse é o método do King? Eu não sabia! Eu acho super legal discutir metodologias de escrita justamente pra ter novas ideais. Tipo aquele lance de escrever no formato A5, aquilo me ajudou demais!

      Inspiração é um lapso que se tem em alguns segundos, o resto é trabalho duro.

      Revisão é um troço super complicado. Dá muuuuuuuuuuuuito trabalho. E você mudou o começo e o final? Mas mudou os fatos ou só a escrita?

  3. Oi Mel, muito legal vc explicar o processo que envolve escrever o livro, muitos devem pensar que éuma coisa linear, que é só sentar e escrever e pronto a historia vem, sei que não é assim. Tenho certeza que vc vai conseguir terminar o livro a tempo. *torcendo muito*. Meu notebook resolveu me abandonar por uns tempo tb, ai ai que saudade dele. Bjs

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