Show Rush no Rio 2010

Rush é uma daquelas bandas que pouca gente conhece. Não que seja uma banda ruim, mas porque é uma banda da década de 70 com músicas de mais de 9 minutos. Enfim.

Sou fã de Rush desde os meus 12 anos, apesar de a minha mãe dizer que sou fã desde que era um feto. Quando ela estava grávida de 6 meses, meus pais fizeram uma viagem à praia e ouviram Rush, Grace Under Pressure durante todo o caminho e eu ficava mexendo na barriga. Já meu pai diz que sou fã de Rush desde que eu tinha uns quatro anos: ele conta que eu então sabia cantar todas as músicas de Power Windows (claro que balbuciando tudo).

Mas vamos dizer que fui uma fã consciente aos 12 anos. Meu pai deixou um CD do Retrospective Rush 1974-1980 por perto e disse “É legal”. Na época eu tinha um discman (olha que coisa arcaica) e resolvi ouvir o disco. Eu adorei! Escutava o dia inteiro e elegi minha música favorita (que é essa até hoje), The Trees, do álbum Hemispheres. Claro que ninguém da minha idade ouvia Rush, então eu pesquisei tudo sozinha. Acabei achando um site ótimo chamado Test4Echo e peguei todas as letras. Meu pai baixou os albuns na internet (porque ele tinha a maioria em LP!) e isso na época em que só existia net discada.

Foi assim que fiquei fã de Rush. Foi assim que aprendi inglês também. Porque eu traduzia todas as músicas e olha que as letras do Rush não são fáceis!

Quando o Rush veio ao Brasil pela primeira vez em 2002 eu não tinha grana pra ir. Comprei o DVD histórico Rush in Rio e fiquei vidrada. Sensacional! E oito anos depois tenho a chance incrível de ir à turnê Time Machine para assistir um show incrível na Praça da Apoteose no Rio de Janeiro!

Eles são incríveis ao vivo! Sério. Nem parece que eles têm 60 anos. Todos parecem tão saudáveis e enérgicos… Eles são engraçados e alto astral, não dá pra acreditar. E são músicos fora de série. Meu Deus, o Geddy Lee é ainda mais sensacional ao vivo. Como ele consegue fazer aquilo tudo no baixo e ainda fazer parecer fácil?

Fiquei na arquibanca e consegui ver tudo de um ângulo incrível. É uma pena que não levei a máquina fotográfica. O show é super produzido. Três telões gigantes mostram o show e alguns clipes super legais com imagens relacionadas às músicas, fogos de artifício explodem, vapor sai da miniatura de Time Machine no palco, uma estrutura de metal se mexe e lança luzes… E no início do show, um vídeo feito pelos integrantes mostrando a banda Rash zoando grandes hits do Rush fez todo mundo rir até… Eu já disse que eles são super engraçados?

Nem sei se consigo descrever o que esse show representou pra mim. Só sei que cantei todas as músicas até perder a voz. Fiquei completamente extasiada. E o show tem 3 horas de duração? Quem faz um show assim? E a sensação que você tem é que eles realmente estão se divertindo. Que para eles aquilo é o melhor momento de todos.

O show começou com The Spirit of the Radio. A galera delirou e cantou junto.

Begin the day with a friendly voice – a companion unobstrusive

Play that song that is so elusive and the magic music makes your morning mood

O início do setlist para mim foi a melhor parte do show. Em sequência veio Time Stand Still (que dá pra fazer chorar), Presto e Stick it Out. Na sequência uma música nova (que não curti muito) e a instrumental Leave That Thing Alone. Depois mais duas músicas novas e pra fechar a primeira parte do show vieram Freewill, Marathon e Subdivisions (as três me deixando maluca de tanto pular e cantar).

O intervalo foi de vinte minutos e uma projeção no telão ficava mostrando a Time Machine avançando nos anos e todo mundo ficou super ansioso por saber o que viria a seguir: a execução completa do album Moving Pictures que nesse ano completa 30 anos. Quando o indicador marcou 1980 a banda começou com Tom Sawyer e a galera delirou.

A modern-day warrior Mean mean stride, Today’s Tom Sawyer Mean mean pride

Depois veio Red Barchetta, YYZ (que apesar de instrumental fez todo mundo acompanhar com Ooooo oooooooooooooh), Limelight (com seu solo incrível), The Camera Eye, Witch Hunt e pra encerrar o album, mas não o show, Vital Signs. Veio então uma música nova e o Drum Solo do Neil Peart.

Nessa hora começou a garoar e eu achei melhor descer para um lugar que tivesse teto. Não consegui, mas até que foi legal ver o show lá de trás porque os telões eram imensos, então não perdi nada. E o Drum Solo é um exagero. Depois dele, veio uma versão nova de Closer to the Heart que adorei, 2112 Overture e The Temples of Synrix (galera delirando de novo) e uma música do Snakes and Arrows que só tinha ouvido falar, Far Cry.

Hora do bis! E ele veio com La Villa Strangiatto (zuando muito por conta do início em forma de polka) e depois Working Man (que começou com uma versão de reggae esquisita). Saí do show no meio da última porque fiquei com medo de não conseguir taxi para ir embora e sabe como é, RJ é uma cidade perigosa.

Enfim, melhor show da minha vida. Inesquecível. Pena que eles não tocaram The Trees, a favorita de todas. Mas tenho certeza de que vou ver isso um dia.

Geddy Lee, agora mais que só um ídolo musical. Bacana demais.

A parte boa de não levar a câmera foi que curti o show intensamente, sem me preocupar com zoom e flash. Pelo menos isso.

No meu Facebook, links de vídeos do show em alta definição.

Rush Rush Rush!

3 Comentários

  1. Nossa que fã de Rush você era que em 2010 não conhecia músicas do álbum Snakes and Arrows de 2007? Depois de “Stick It Out” você ouviu “Workin’ Them Angels” e não gostou?
    Espero que depois desses 4 anos tenha conhecido melhor as músicas mais novas.

    • Oi Márcio! É verdade, na época eu não conhecia Snakes and Arrows. Hoje, obviamente, já conheço mas não é dos meus álbuns favoritos não. Gosto bastante do Feedback, no entanto. São boas regravações.

      • Eu já gosto de tudo. Tem uns mais que outros, é claro. Pra mim os álbuns têm uma característica muito comum com cada década e às vezes pego pra ouvir separados os de ’70, de ’80, de ’90, de 2000. Em março desse ano ouvi todos, do primeiro ao mais recente, em comemoração ao aniversário de 40 anos.
        Me parece que você gosta dos álbuns até meados dos ’90, antes das tragédias na vida do Neil Peart e a parada de 6 anos.
        Mas essa é a característica do Rock Progressivo e é comum alguns fãs gostarem de uma fase da banda e de outra não. Eles mudam tanto o estilo da música que até parece não ser mais a mesma banda. Mas isso é o que me deixa fascinado na música deles, essa constante inovação e renovação, além da bateria do Neil que eu curto muito e já estudei.
        Em 2015 eles vão fazer uma nova turnê e, segundo Alex Lifeson, deverão focar mais nos anos ’70 já que na última turnê se concentraram nos anos ’80 e no novo Clockwork Angels. Acho que a sua favorita “The Trees” voltará ao repertório.
        Vamos ver se o Brasil entrará no roteiro.
        PS. Ouvindo agora: Rush Clockwork Angels Tour. Full Concert 2012-2013 Blu-ray 720p
        https://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=JVkb7ulSnjA

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